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Festival de Veneza concede Leão de Ouro após um festival sem estrelas
Festival de Veneza concede Leão de Ouro após um festival sem estrelas / foto: Gabriel Bouys - AFP

Festival de Veneza concede Leão de Ouro após um festival sem estrelas

O 80º Festival de Cinema de Veneza apresenta, neste sábado (9), os seus prêmios depois de uma competição atípica, com poucas estrelas, e dois filmes favoritos, "Pobres Criaturas", com Emma Stone em uma versão feminista de Frankenstein, e "Green Border", um filme militante para denunciar o destino de migrantes na fronteira entre Polônia e Belarus.

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O júri presidido por Damien Chazelle (“La La Land” e “Babylon”) tem um total de 23 títulos à escolha, desde a experimentação visual de “La bête”, filme francês sobre inteligência artificial, até biografias de celebridades (“Ferrari " ou "Priscilla", sobre a esposa de Elvis Presley).

Também pode optar por premiar o cinema italiano, que não ganha um Leão de Ouro há duas décadas, com “Finalmente L'Alba”, um filme de tom felliniano sobre o período clássico do cinema.

Ou denunciar o destino dos migrantes que tentam chegar à Europa, mas a partir da África, com o épico “Io capitano”, de Matteo Garrone.

Se quiser privilegiar dramas familiares ou pessoais, “Memory”, do mexicano Michel Franco, sobre a demência senil, causou boa impressão ao estrear na sexta-feira.

A cerimônia começa às 19h, horário local (14h no horário de Brasília).

- Resistência ao impacto da greve -

O Festival, em geral, resistiu ao impacto da greve de atores e roteiristas de Hollywood, com muitas estrelas americanas ausentes, mas com salas lotadas e uma competição artística acirrada.

Apenas os filmes independentes, fora do circuito dos grandes estúdios de Hollywood, obtiveram isenções especiais do poderoso sindicato SAG-AFTRA para permitir que os seus protagonistas fossem ao Lido promover os filmes.

Adam Driver conseguiu promover "Ferrari", um filme biográfico do lendário piloto e construtor de automóveis italiano.

Sofia Coppola também pôde apresentar pessoalmente “Priscilla”, a sua biografia da esposa de Elvis Presley, acompanhada pelos seus dois principais protagonistas, Cailee Spaeny e Jacob Elordi.

Mas outras ausências foram marcantes, como “Maestro”, cinebiografia do compositor americano Leonard Bernstein dirigida e interpretada por Bradley Cooper.

Cooper não compareceu a Veneza e sua ausência permitiu-lhe dar quase todo o destaque da promoção à filha mais velha de Bernstein, Jamie.

Emma Stone, surpreendente em seu papel de mulher ressuscitada por um cirurgião excêntrico, também não compareceu para promover "Pobres Criaturas", de Yorgos Lanthimos.

O filme é espetacular e tem cenários suntuosos e, mesmo que não ganhe prêmio, pode abrir caminho para um novo Oscar para sua protagonista, segundo a crítica.

A diretora polonesa Agnieszka Holland, por outro lado, não precisou de estrelas internacionais para fazer sucesso com seu filme “Green Border”, um trabalho conjunto com atores sírios e afegãos refugiados na Europa.

Ao longo de 2h30, em preto e branco, o filme narra com dureza a espera angustiante dos candidatos a asilo na terra de ninguém entre Belarus, cujo regime os usa como peões para pressionar a União Europeia, e a Polônia, cujo governo não está disposto a consentir um caos migratório.

A polêmica política ajudou a esquecer rapidamente os filmes de três diretores veteranos, Woody Allen, Roman Polanski e Luc Besson, que participaram do festival apesar dos escândalos sexuais que se arrastam há anos.

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