Diagnosticar doenças e ninar bebês: Feira CES apresenta novas tecnologias
O maior e mais poderoso evento de alta tecnologia, a feira anual CES (Consumer Electronics Show ou Feira de Eletrônicos para Consumo, em tradução livre), está de volta em Las Vegas.
Em meio ao protagonismo da Inteligência Artificial (IA), a exibição apresenta, nesta edição, as mais recentes invenções e os avanços das tecnologias.
A seguir estão alguns exemplos de criações exibidas aos veículos antes do início oficial, na terça-feira (10).
- Espelho, espelho meu... -
Chamado de "MagicMirror" (Espelho Mágico, em português) o dispositivo interconectado da NuraLogix escaneou o rosto da executiva de marketing da empresa, Lindsay Brennan, e determinou em segundos seu índice de massa corporal (IMC), sua pressão arterial e até mesmo o "índice de estresse mental" - calculado a partir da frequência cardíaca.
"Vocês podem ver que estou um pouco agitada, quase na zona amarela", disse Brennan, apontando para o indicador que aparecia no espelho. "Isso é por causa do evento", brincou.
Segundo a NuraLogix, o espelho pode avaliar riscos de doenças, como diabetes tipo 2, graças à sua tecnologia óptica e ao software de inteligência artificial.
"Na verdade, isso surgiu na Universidade de Toronto quando estavam pesquisando a detecção de mentiras em crianças", explicou o grupo.
"Eles descobriram que, quando alguém se emociona ou tem pressão alta, o fluxo sanguíneo no rosto realmente muda e esses padrões podem ser captados por qualquer câmera convencional".
Destinado a salas de espera de médicos ou farmácias, o espelho custará cerca de US$ 70 mil (R$ 341,9 mil). A NuraLogix também planeja comercializar o software separadamente.
- Implante para andar -
Se os planos derem certo, o implante cerebral Wimagine, projetado pela Comissão de Energia Atômica da França (CEA), irá permitir que pessoas com paralisia voltem a andar.
Equipada com eletrodos, a interface cérebro-máquina é instalada em contato direto com o córtex motor, que controla o movimento voluntário de um paciente paraplégico ou tetraplégico.
No primeiro caso, de paralisia nas extremidades inferiores, os dados coletados pelo implante são transferidos remotamente para um conector acoplado à medula espinhal, abaixo da lesão paralisante.
O paciente só precisa pensar em andar e a informação é transferida para o conector, e depois para as pernas.
"É uma ponte digital", explicou à AFP o responsável pelo programa de pesquisa da CEA, Guillaume Charvet.
No paciente tetraplégico, o implante se comunica com um exoesqueleto ou esqueleto, construído sob medida, que realiza os gestos ordenados.
Com um conector colocado no antebraço, é possível, por exemplo, agarrar um objeto com a mão.
"Um ensaio clínico está prestes a começar", afirmou Charvet, enfatizando que ainda são necessários cinco a dez anos de pesquisa.
No entanto, existem pacientes voluntários que já participam há vários anos. "O objetivo é que tenha o mesmo preço que um marca-passo", acrescentou.
- Ninar o bebê -
"Somos o primeiro carrinho de bebê elétrico com todas as características de IA para conforto e segurança", disse o engenheiro da Glüxkind, Jeffrey To.
O carrinho controlado por IA é projetado para facilitar a vida dos pais, segundo o responsável, como se fosse um copiloto.
A assistência elétrica permite subir ladeiras sem suar, e os freios são ativados automaticamente "para que nunca haja a possibilidade do carrinho ficar fora de controle", explicou To.
"Ele reconhece pessoas, animais de estimação, skateboards, bicicletas e veículos que podem não parar, e avisa com mais antecedência para que os pais sonolentos tenham basicamente uma assistência ao motorista diariamente", acrescentou o co-fundador da empresa canadense, Kevin Huang.
Quando os pais ativam a função "Rock my baby" (Balançar meu bebê, em português), o carrinho realiza um movimento regular de balanço para ajudar a criança a dormir.
A Glüxkind espera iniciar a produção na próxima primavera, com um preço de aproximadamente U$ 2,4 mil (R$ 11,7 mil).
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