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Telescópio espacial Gaia completa mapeamento da Via Láctea
Telescópio espacial Gaia completa mapeamento da Via Láctea / foto: P Baudon - Esa/Cnes/AFP/Arquivos

Telescópio espacial Gaia completa mapeamento da Via Láctea

O telescópio espacial Gaia, que realiza o mapeamento da Via Láctea, entregou seus últimos dados, que revelaram meio milhão de novas estrelas e indicam de forma inédita a posição de mais de 150.000 asteroides.

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Este telescópio da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que opera há 10 anos de um distância de um milhão e meio de quilômetros da Terra, forneceu em sua terceira catalogação de 2022 as posições e movimentos de mais de 1,8 bilhão de estrelas, oferecendo uma visão muito completa em terceira dimensão da nossa galáxia.

Entretanto, ainda permaneceram "lacunas, pois Gaia não explorou totalmente as áreas do céu particularmente densas em estrelas", chamadas de aglomerados globulares, explicou a ESA na ocasião da publicação de um catálogo intermediário, antes do quarto catálogo completo no final de 2025.

Estes aglomerados globulares possuem núcleos tão brilhantes que sua luz pode ofuscar os telescópios que tentam obter uma visão clara" e são "as peças que faltam do quebra-cabeças dos nossos mapas do universo", disse a agência em um comunicado.

A missão Gaia selecionou como objeto de análise o aglomerado de Omega Centauri, o maior que pode ser observado da Terra. E revelou mais de meio milhão de estrelas em sua formação que ainda não tinham sido observadas, pois estavam muito próximas umas das outras.

O resultado, que "supera as expectativas", oferece um "mapa completo em grande escala de Omega Centauri", ressalta Alexey Mints, co-autor da publicação e membro do consórcio europeu Gaia.

Como os aglomerados estão entre os objetos mais antigos do universo, sua observação é uma etapa crucial para os cientistas, que desejam "confirmar a idade da nossa galáxia" ou localizar o seu centro, segundo a ESA.

Outra novidade é que o telescópio Gaia determinou a posição de mais de 156.000 asteroides do Sistema Solar que estão localizados em um cinturão entre Marte e Júpiter, ou mais afastados, como os asteroides troianos de Júpiter.

Graças a um longo tempo de observação (66 meses, o dobro do que anteriormente), a sonda calculou o seu período orbital com uma precisão "100 a 200 vezes melhor" do que os telescópios terrestres, disse François Mignard, cientista-chefe da missão Gaia no Centro Nacional para Estudos Espaciais (CNES).

As órbitas de grandes asteroides como Ceres, Hygiea ou Metis foram quase completamente medidas, o que possibilita "refinar as previsões e probabilidades de uma futura aproximação ou colisão com a Terra", disse Mignard.

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