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EUA, Ucrânia e países europeus mantêm reunião inédita sobre trégua entre Kiev e Moscou
EUA, Ucrânia e países europeus mantêm reunião inédita sobre trégua entre Kiev e Moscou / foto: Ludovic Marin - Pool/AFP

EUA, Ucrânia e países europeus mantêm reunião inédita sobre trégua entre Kiev e Moscou

Representantes de Estados Unidos, Ucrânia e três países europeus se reuniram pela primeira vez, nesta quinta-feira (17), em Paris, com o objetivo de reativar os esforços estagnados para um cessar-fogo entre Moscou e Kiev, em meio a tensões transatlânticas.

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Participaram dos diálogos o presidente da França, Emmanuel Macron, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o emissário especial do presidente americano, Steve Witkoff.

A Ucrânia, alvo de uma invasão russa iniciada em fevereiro de 2022, centralizou os debates, que ocorrem depois que o presidente americano, Donald Trump, entrou nos esforços para pôr fim à guerra.

Wahington iniciou negociações diretas com Moscou para encerrar o conflito, deixando de lado seus aliados europeus e, algumas vezes, a própria Ucrânia. Ambos buscaram impor sua voz com esta reunião.

"A novidade (...) é que hoje, em Paris, Estados Unidos, Ucrânia e os europeus se reuniram em volta da mesma mesa" para falar das formas de se alcançar uma "paz justa e duradoura", declarou o chefe da diplomacia francesa, Jean Noël Barrot.

A Presidência francesa elogiou, por sua vez, um "intercâmbio excelente" após uma série de reuniões das quais também participaram o ministro britânico das Relações Exteriores, David Lammy, e um representante da Alemanha.

"Hoje, em Paris, demos início a um processo que é positivo e no qual os europeus estão envolvidos", comemorou o Palácio do Eliseu, antes de acrescentar que uma nova reunião entre os mesmos países será realizada na próxima semana em Londres.

Do lado ucraniano participaram o chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andrii Yermak, o chanceler, Andrii Sibiga, e o ministro da Defesa, Rustem Umerov.

Macron assumiu um papel de protagonista na tentativa de formular uma resposta coordenada da Europa para proteger a Ucrânia tanto no conflito quanto em um eventual cenário de paz.

Para ele, o encontro representou "uma importante oportunidade de convergência", pois todo mundo quer "uma paz sólida e sustentada".

Após a reunião, Rubio ligou para o chanceler russo, Sergei Lavrov, para informá-lo sobre os intercâmbios e disse que as conversas foram "encorajadoras".

- Zelensky acusa emissário dos EUA de difundir narrativa russa -

Esta é a terceira viagem de Rubio à Europa depois de assumir o cargo. Desde que voltou à Casa Branca, Trump tem se mostrado hostil a estes aliados tradicionais de Washington.

"Durante muito tempo, existiu a preocupação de que os europeus não estivessem na mesa" de negociações, assinalou o chanceler francês, Jean-Noël Barrot.

"Hoje, em Paris, os europeus, os americanos e os ucranianos se reuniram pela primeira vez", comemorou, antes de expressar esperança de que a reunião em Londres ajude a alcançar um cessar-fogo total e incondicional "em um futuro muito próximo".

Os esforços de Trump e sua aproximação com Moscou não bastaram para cumprir a promessa de encerrar rapidamente mais de três anos de guerra na Ucrânia, alvo quase diário de ataques russos.

Depois do bombardeio mortal de domingo em Sumi, no nordeste, com 35 mortos, as autoridades ucranianas informaram, nesta quinta-feira, sobre "um ataque maciço de drones" na cidade de Dnipro, que matou três pessoas e feriu pelo menos 30.

Sob pressão de Washington, a Ucrânia aceitou uma suspensão incondicional dos combates por 30 dias, mas a Rússia rejeitou.

Mesmo assim, depois de se reunir na semana passada com Putin pela terceira vez, Witkoff assegurou que vê "emergir" um acordo entre as duas partes e se mostrou convencido de que estão "às portas" de algo "muito importante".

Zelensky, ao contrário, acusou Witkoff, nesta quinta, de ter adotado "a estratégia russa" e as "narrativas" de Moscou.

No Kremlin, a reunião na capital francesa não foi recebida com agrado. "Infelizmente, o que vemos por parte dos europeus é um foco na continuação da guerra", declarou seu porta-voz, Dmitri Peskov.

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