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China responde EUA com tarifas de 84% e intensifica guerra comercial
China responde EUA com tarifas de 84% e intensifica guerra comercial / foto: SAUL LOEB - AFP

China responde EUA com tarifas de 84% e intensifica guerra comercial

A China respondeu, nesta quarta-feira (9), às novas tarifas dos Estados Unidos com sobretaxas de 84% sobre os produtos americanos a partir de quinta-feira (10), mais uma etapa na escalada da guerra comercial que provocou outro dia de tensão nas Bolsas.

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As novas tarifas dos Estados Unidos contra quase 60 países, incluindo uma taxa acumulada de 104% aos produtos da China, entraram em vigor nesta quarta-feira.

Poucas horas depois, a China respondeu com o aumento nas tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84% a partir de quinta-feira às 12h01 (1h01 de Brasília).

"A escalada tarifária dos Estados Unidos contra a China acumula erros sobre erros e infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China", afirmou o Ministério do Comércio chinês em um comunicado.

De modo paralelo, Pequim não descarta uma possível negociação com os Estados Unidos "por meio do diálogo em pé de igualdade e com uma cooperação mutuamente benéfica", segundo um documento oficial publicado pela imprensa chinesa.

Após uma leve recuperação na terça-feira, as Bolsas voltaram a despencar nesta quarta-feira diante do temor das consequências da guerra comercial para o consumo e o crescimento econômico.

No Japão, o índice Nikkei encerrou o dia em queda de 3,93%, enquanto o iene, moeda japonesa considerada um valor refúgio, registrou valorização de 0,7% em relação ao dólar.

Outros mercados da Ásia também fecharam em queda livre, como Taipé (-5,8%) e Seul (-1,73%).

Na Europa, as Bolsas operavam em queda expressiva. Às 13h00 GMT (10h00 de Brasília) Paris perdia 3,6%, Frankfurt 4,1%, Londres 3,5% e Madri 3,4%.

Em uma demonstração do pânico nos mercados internacionais, o petróleo registra as menores cotações em quatro anos, cerca de 60 dólares o barril.

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que tem 10 membros, incluindo o Vietnã, afetado por uma tarifa de 46%, pediu nesta quarta-feira que os países "atuem com coragem" para responder ao risco de uma guerra comercial.

- "Acordos sob medida" -

Diante do pânico, Washington afirma estar aberto a negociações e Trump declarou que está disposto a alcançar acordos "sob medida" com os países afetados pelas tarifas.

Durante um jantar com representantes do Partido Republicano, o presidente celebrou que dezenas de países - incluindo a China, segundo ele - "estejam fazendo todo o possível" para buscar um acordo.

Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu ações para "evitar uma escalada" durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Segundo um porta-voz europeu, o bloco poderia apresentar sua resposta "no início da próxima semana".

A UE estuda aplicar tarifas de 25% a uma série de produtos americanos. O bloco decidiu, no entanto, excluir o bourbon para evitar represálias contra os vinhos e licores europeus, segundo uma lista à qual a AFP teve acesso.

"O objetivo é chegar a uma situação na qual o presidente Trump reverta sua decisão", afirmou na terça-feira o presidente francês Emmanuel Macron.

Analistas e economistas temem que a guerra comercial iniciada por Trump prejudique a economia mundial, com riscos de inflação, desemprego e queda no crescimento.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "particularmente preocupado com os países em desenvolvimento mais vulneráveis", onde os impactos serão "mais devastadores".

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