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Marine Le Pen passa à ofensiva para conseguir disputar a eleição presidencial
Marine Le Pen passa à ofensiva para conseguir disputar a eleição presidencial / foto: Thomas SAMSON - AFP

Marine Le Pen passa à ofensiva para conseguir disputar a eleição presidencial

A líder de extrema direita francesa Marine Le Pen passou à ofensiva nesta terça-feira (1), com críticas à decisão judicial que a tornou inelegível por cinco anos, mas sem perder a esperança em uma candidatura à presidência em 2027.

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"O sistema lançou a bomba nuclear e, se usam uma arma tão poderosa contra nós, é evidentemente porque estamos prestes a vencer as eleições", afirmou Le Pen diante dos deputados de seu partido.

A inabilitação determinada pela Justiça impede, no momento, a candidatura de Marine Le Pen em 2027.

À frente do partido Reagrupamento Nacional (RN), que antes era chamado de Frente Nacional, desde 2011, a política de 56 anos conseguiu suavizar a imagem radical herdada de seu pai, Jean-Marie Le Pen, e normalizar a presença da extrema direita no cenário político francês, ao mesmo tempo que a tendência avançava na Europa e no mundo.

Mas a condenação abala os planos da política, candidata à presidência em 2017 e 2022, eleições nas quais foi derrotada no segundo turno por Emmanuel Macron, presidente de centro-direita que não poderá disputar o pleito de 2027.

As pesquisas apontam que Marine Le Pen seria a mais votada no primeiro turno da próxima eleição.

"Um terremoto político", resume a imprensa francesa sobre a condenação anunciada na segunda-feira: cinco anos de inabilitação imediata e dois anos de prisão domiciliar por desviar recursos públicos quando era eurodeputada, no caso dos falsos assistentes parlamentares.

Marine Le Pen, que sempre alegou inocência, atacou na noite de segunda-feira uma "decisão política", própria de "regimes autoritários", durante uma entrevista ao canal TF1, que registrou quase 40% de audiência.

O Tribunal Correcional de Paris considerou que a política estava no "centro" de um "sistema" aplicado entre 2004 e 2016 para que os assistentes parlamentares de seu partido, pagos pelo Parlamento Europeu, trabalhassem "na verdade" para o partido, o que é proibido.

Quase 20 réus, entre membros e funcionários do RN, foram declarados culpados, assim como o partido. Os condenados deverão devolver 3,2 milhões de euros ao Parlamento Europeu (19,7 milhões de reais), que se somam aos € 1,1 milhão (R$ 6,78 milhões) já pagos.

- "Processo justo" -

Os aliados nacionais e internacionais de Le Pen reagiram com críticas virulentas à "tirania dos juízes", nas palavras do presidente do RN, Jordan Bardella, e contra um abuso do "sistema legal" pela "esquerda radical", segundo o empresário americano Elon Musk.

"Ninguém que se preocupe com a democracia pode se ficar feliz com uma sentença que visa a líder de um partido importante e priva milhões de cidadãos de representação", disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ao jornal Il Messaggero.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 e acusado de uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, denunciou uma "perseguição" contra Marine Le Pen e disse esperar que ela possa disputar a próxima eleição presidencial.

A decisão também dividiu a classe política francesa. O primeiro-ministro François Bayrou está "consternado", segundo sua equipe. A maioria dos partidos da oposição de esquerda pediu respeito à decisão judicial.

"Esta decisão não é uma decisão política, e sim judicial, determinada por três juízes independentes e imparciais, ao final de um processo justo", defendeu nesta terça-feira Rémy Heitz, um dos dois principais magistrados da França.

A presidente do tribunal que anunciou a sentença recebeu proteção policial após receber ameaças, informou à AFP uma fonte próxima ao caso. Heitz afirmou que está "escandalizado" com a situação.

Le Pen agora pressiona a Justiça para que analise seu recurso contra a sentença e para que o julgamento da apelação aconteça o mais rápido possível, para que ela tenha tempo, em caso de absolvição ou inabilitação suspensa, de disputar a presidência.

Mas a pré-campanha eleitoral já começou. Seu partido, que criou uma petição online e convocou manifestações "pacíficas" para o fim de semana, se apresenta como vítima de uma perseguição judicial para impedir sua chegada ao poder.

"Farão tudo para nos impedir de chegar ao poder", declarou Bardella à rádio Europe 1. Ele aparece como candidato alternativo à presidência caso a líder de extrema direita não seja autorizada a disputar a eleição.

"Estamos longe de estar mortos", advertiu.

burs-tjc/zm/fp

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