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Estrelas do cinema criticam Academia por "não defender" cineasta palestino
Estrelas do cinema criticam Academia por "não defender" cineasta palestino / foto: HAZEM BADER - AFP

Estrelas do cinema criticam Academia por "não defender" cineasta palestino

Estrelas do cinema como Joaquin Phoenix, Penélope Cruz e Richard Gere criticaram a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos por não defender o cineasta palestino Hamdan Ballal, vencedor do Oscar, que disse ter sido atacado por colonos israelenses.

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Ballal, codiretor de "Sem Chão", premiado como melhor documentário no Oscar este ano, relata ter sido agredido por colonos israelenses e detido sob a mira de uma arma por soldados na Cisjordânia, ocupada por Israel.

Ao contrário de outras proeminentes organizações do setor, a Academia, responsável pela maior premiação do cinema, não emitiu um comunicado inicialmente.

Na quarta-feira, enviou uma carta aos seus membros para condenar o ato de "ferir ou reprimir artistas por seu trabalho ou seus pontos de vista", sem nomear Ballal.

Na manhã desta sexta-feira, mais de 600 membros da Academia haviam assinado seu próprio comunicado em resposta.

"É indefensável que uma organização reconheça um filme com um prêmio na primeira semana de março, e depois não defenda seus realizadores apenas algumas semanas depois", declararam os signatários.

"Condenamos o brutal ataque e a detenção ilegal do cineasta palestino e vencedor do Oscar Hamdan Ballal por colonos e forças israelenses na Cisjordânia", escreveram.

A resposta da liderança da Academia "ficou aquém do que a ocasião exige", afirma o texto.

O conselho do grupo, sediado em Los Angeles, convocou uma reunião extraordinária na manhã desta sexta, de acordo com a publicação especializada Deadline.

A Academia não respondeu, a princípio, ao pedido de comentário da AFP.

"Sem Chão" ("No Other Land", em inglês) aborda o deslocamento forçado dos palestinos pelas forças e colonos israelenses em Masafer Yatta, área declarada zona militar por Israel na década de 1980.

Apesar de ganhar o Oscar, a produção não conseguiu um distribuidor nos Estados Unidos para o filme.

"Pensei que estava vivendo meus últimos momentos devido à violência dos golpes (...) Acredito que foi porque ganhei o Oscar", afirmou Ballal à AFP após o incidente de segunda-feira.

Durante sua detenção em um centro militar israelense, acusado de "atirar pedras", Ballal disse que notou os soldados mencionando seu nome junto com a palavra "Oscar" durante a troca de guardas. Ele foi libertado na terça-feira.

Yuval Abraham, que codirigiu o documentário, criticou a Academia tanto por seu silêncio quanto por seu comunicado posterior.

"Após nossas críticas, os dirigentes da Academia enviaram este e-mail aos membros para explicar seu silêncio sobre o ataque a Hamdan: eles precisam respeitar 'pontos de vista únicos'", escreveu na rede social X, compartilhando uma captura de tela da mensagem.

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