Com desfile no Sena, começa cerimônia de abertura dos Jogos de Paris-2024
Às 19h30 locais (14h30 em Brasília) começou nesta sexta-feira (26) a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, com o rio Sena como cenário inédito deste evento esportivo planetário.
O ato começou a transmissão de um filme protagonizado pelo comediante local Jamel Debbouze e o ex-jogador de futebol Zinédine Zidane no Stade de France, e dez minutos mais tarde a embarcação com a delegação grega deu início ao tradicional desfile dos esportistas.
Por volta das 19h40 (14h40 em Brasília), um muro de água se abriu sob a ponte de Austerlitz, liberando o caminho para a embarcação helênica, a primeira das 85 que vão transportar os cerca de 6.500 participantes no desfile até o Trocadéro.
Ao mesmo tempo começou o espetáculo musical, com a atuação da rainha do pop americano Lady Gaga, que interpretou "Mon truc en plumes" de Zizi Jeanmaire, canção emblemática do music-hall francês, uma das grandes estrelas internacionais que participam da cerimônia.
O esperado momento acontece após uma jornada frenética, que começou com chuva e com uma sabotagem da rede ferroviária francesa.
A companhia ferroviária francesa (SNCF) foi "vítima, nas primeiras horas da manhã, de vários atos maliciosos simultâneos nas linhas de alta velocidade Atlântico, Norte e Leste", informou a empresa, especificando que houve "incêndios voluntários provocados para danificar as instalações".
- Ato de 'sabotagem contra os Jogos' -
A ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castera, condenou esta "sabotagem" contra os "Jogos dos atletas", enquanto seu colega da pasta de Transportes, Patrice Vergriete, denunciou um "ato criminoso escandaloso".
Por sua vez, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, garantiu que "o que aconteceu é inaceitável, mas não terá impacto na cerimônia desta noite".
Não foi a única má notícia para a organização de Paris-2024, já que o dia amanheceu com uma chuva fraca e, na hora de começar o espetáculo continuava chuviscando e o céu estava muito nublado, sem que isso estragasse um espetáculo acompanhado por 320.000 pessoas nas margens do Sena.
- Macron promete cerimônia 'incrível' -
"Amanhã vocês terão uma das cerimônias de abertura mais incríveis", prometeu na véspera o presidente francês, Emmanuel Macron, em um jantar para chefes de Estado realizado no Museu do Louvre.
Tratado com extremo sigilo pelos responsáveis, acredita-se que o evento envolverá, além de Lady Gaga, a cantora canadense Céline Dion e Aya Nakamura, a artista francófona mais ouvida do planeta e alvo recorrente da extrema direita francesa.
O que é certo é que a abertura, que exigiu esforços colossais de segurança, será acompanhada ao vivo por personalidades e até 85 líderes de um mundo em tensão devido às guerras na Ucrânia e em Gaza.
"É uma grande aposta", disse Tony Estanguet, presidente da comissão organizadora (COJO), consciente dos esforços logísticos envolvidos no lançamento de um evento ao ar livre em um contexto de alerta terrorista, em um país ainda marcado pelos ataques jihadistas de 13 de novembro de 2015, que deixou 130 mortos em Paris.
- Paris, uma fortaleza -
A cerimônia foi idealizada pelo diretor de teatro francês Thomas Jolly, conhecido pelo sucesso musical de ópera-rock Starmania, e até certo ponto pode ser vista como uma ideia transgressora.
Serão os primeiros Jogos Olímpicos realizados fora de um estádio, o que obrigou a implementação de uma operação de segurança sem precedentes que transformou o centro de Paris em uma verdadeira fortaleza.
Cerca de 45 mil policiais e seguranças privados contratados para a ocasião serão destacados nesta sexta-feira e haverá até atiradores de elite em pontos estratégicos da capital para garantir a segurança durante o desfile.
As delegações de Israel e dos atletas palestinos receberão cuidado extra, em meio a temores de que a ofensiva israelense em Gaza seja um motivo potencial para possíveis agressores.
- Líderes de todo o mundo -
Israel será representado por seu presidente, Isaac Herzog, enquanto Jibril Rajoub, chefe do Comitê Olímpico palestino, será o rosto da Autoridade Palestina.
A ausência mais notável será a de Vladimir Putin, após a exclusão da Rússia devido à invasão da Ucrânia. Seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, não está na lista de convidados.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, participará do evento sem o presidente Joe Biden, que recentemente desistiu da corrida à reeleição contra Donald Trump, sobrevivente de uma recente tentativa de assassinato.
A China enviará o vice-presidente Han Zheng e a Espanha, o rei Felipe; enquanto Javier Milei (Argentina), Gustavo Petro (Colômbia) e Santiago Peña (Paraguai) formarão a cota de dignitários latino-americanos.
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