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Seleção de Dorival Júnior inicia 'reformulação' em meio a desfalques
Seleção de Dorival Júnior inicia 'reformulação' em meio a desfalques / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP/Arquivos

Seleção de Dorival Júnior inicia 'reformulação' em meio a desfalques

Sem os goleiros principais, o zagueiro de referência, o capitão ou o camisa '10': uma série de desfalques significativos desafio o início da campanha de reformulação de Dorival Júnior, em sua exigente estreia como técnico da Seleção Brasileira.

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O ex-treinador do Flamengo e do São Paulo não poderá contar com os goleiros Alisson e Ederson, o zagueiro Marquinhos, o capitão Casemiro nem o maior artilheiro da Seleção, Neymar, nos amistosos contra a Inglaterra, no sábado (23) em Wembley, e a Espanha, na próxima terça-feira (26) em Madri.

As duas partidas dão início ao caminho rumo à Copa América nos Estados Unidos (20 de junho a 14 de julho) e às eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026, que recomeça em setembro e na qual ocupa a sexta colocação, posição que os deixa à beira da repescagem.

As lesões do experiente quinteto, somadas a outros desfalques, podem dificultar a estreia de Dorival no comando da seleção pentacampeã mundial, sob pressão devido às derrotas amargas em 2023.

O Brasil acumula quatro jogos consecutivos sem vencer, incluídas três derrotas seguidas, além de crises nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

"É natural que vamos passar por um processo até que encontremos um melhor caminho para chegar aos melhores resultados", disse o treinador de 61 anos ao chegar a Londres no domingo (17).

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Dorival pediu paciência e alertou que os resultados "demorarão a chegar".

- Falta de armadores e laterais -

Para sua primeira convocatória, o treinador apostou em uma "reformulação gradual" em relação à última lista divulgada por Fernando Diniz, demitido do cargo em janeiro.

Serão oito jogadores com experiência em Copas do Mundo comandados por Vinícius Júnior, e 11 atletas sem minutos na Seleção, entre eles três goleiros, três zagueiros e o atacante Sávio, que joga no Girona. Nove atuam em equipes brasileiras, incluindo a jovem estrela Endrick.

Dorival já comandou alguns dos atletas convocados como Lucas Paquetá, Rodrygo, João Gomes, Andreas Pereira e o zagueiro Lucas Beraldo, titular do Paris Saint-Germain.

"O Brasil hoje não atravessa um grande momento (...) então Dorival tem todo o direito de fazer mudanças", afirmou o lendário Zico a jornalistas no Rio de Janeiro na terça-feira.

"Preferiu nesse momento talvez ter um número maior de jogadores que ele já conhecia, com quem já trabalhou, e já teve bons resultados", acrescentou.

Em um país no qual nenhuma convocação agrada a todos, há um consenso de que Dorival jogará com uma base que propõe o equilíbrio defensivo e que evidencia a dificuldade de encontrar novos armadores.

O debate sobre o talento da geração atual também tem tido destaque.

"O fato é que de volantes o Brasil está bem servido, porém faltam meias de qualidade", escreveu o comentarista Luís Curro no jornal Folha de São Paulo.

"É triste constatar que o Brasil – que já teve Cafu, Jorginho, Maicon, Roberto Carlos, Marcelo, entre outros – vive uma entressafra prolongada de bons laterais, na direita e na esquerda", adicionou o jornalista.

- Feijão com arroz -

Diferentemente da tentativa malsucedida de Diniz de implementar na Seleção o estilo vistoso que somou elogios no Fluminense, Dorival Júnior parece mais inclinado ao pragmatismo e ao futebol simples.

Esta aposta lhe rendeu bons frutos em diversos clubes brasileiros e fez com que fosse considerado um técnico que faz o "feijão com arroz", ou seja, jogando simples sempre em busca do gol.

"Agora é colocar em um sistema que nos deixe confortáveis. Vai ser o grande desafio a partir de agora (...) Teremos um tempo mínimo", disse ele no início de março.

Desfalcada, sua equipe enfrentará duas seleções campeãs mundiais que possuem conquistas recentes: a Inglaterra foi vice-campeã da Eurocopa 2020 e a Espanha conquistou o título da Liga das Nações em 2023.

As seleções europeias têm sido o pesadelo do Brasil em sua busca pelo hexacampeonato: depois do título de 2002, sempre foi eliminado da Copa do Mundo por representantes do Velho Continente.

"É sempre bom jogar contra os melhores. É onde podemos mostrar nossa força. Temos que estar concentrados desde o início para fazer um grande jogo e fazer o futebol bonito", declarou Vinícius Júnior já em solo inglês.

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