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'Praga' de lesões de joelho afasta várias estrelas do Mundial feminino
'Praga' de lesões de joelho afasta várias estrelas do Mundial feminino / foto: Lindsey Parnaby - AFP/Arquivos

'Praga' de lesões de joelho afasta várias estrelas do Mundial feminino

A recuperação a tempo da espanhola Alexia Putellas abre as portas para a Copa do Mundo Feminina para a melhor jogadora do planeta, mas várias atletas de destaque não poderão ir à Austrália e à Nova Zelândia devido a uma 'praga' de lesões no joelho que tem levantado questões.

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Putellas, de 29 anos, perdeu a Eurocopa do ano passado na Inglaterra devido a uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.

A jogadora do Barcelona ficou afastada durante nove meses, mas isso não a impediu de manter sua Bola de Ouro e o prêmio de Melhor Jogadora Feminina da Fifa antes de retornar aos gramados em abril.

Putellas participou do recente título do Barça na Liga dos Campeões feminina e parece chegar em boa forma para a Copa do Mundo. Mas ela é uma das sortudas.

Os Estados Unidos, atuais campeões, não terão Mallory Swanson, com uma ruptura no tendão patelar do joelho esquerdo, enquanto a meio-campista Catarina Macario, com ruptura no ligamento cruzado anterior, tampouco vai conseguir se recuperar a tempo.

A Inglaterra, atual campeã europeia, não contará com a atacante Beth Mead e a capitã Leah Williamson, ambas também se recuperando de graves lesões no joelho.

Vivianne Miedema, a artilheira da Holanda, também está afastada desde dezembro devido à mesma lesão no joelho.

As ambições da França foram prejudicadas pela perda de Delphine Cascarino, melhor jogadora do campeonato francês na temporada passada, devido a uma ruptura parcial dos ligamentos do joelho. E a prolífica atacante Marie-Antoinette Katoto não foi convocada depois de perder toda a temporada por causa de outra lesão no joelho.

E as campeãs olímpicas canadenses não poderão contar com Janine Beckie, ex-jogadora do Manchester City e atualmente do Portland Thorns.

- Diversos fatores explicam lesões -

A Copa do Mundo feminina perde um certo brilho sem essas jogadoras, já que essa proliferação de lesões tem gerado um debate interno sobre a causa delas.

"É uma lesão que pode depender de muitas coisas", explicou Putellas em entrevista à FIFPro.

"Faz relativamente pouco tempo que as mulheres começaram a se profissionalizar neste esporte e realmente quase não houve tempo para fazer esse tipo de estudo e conhecer um pouco mais sobre o corpo de uma jogadora de futebol", acrescenta.

Mas as mulheres não ficaram repentinamente vulneráveis a lesões graves no joelho.

"O fato de que as mulheres correm um risco maior do que os homens jogando futebol é conhecido há muito tempo", disse à AFP Gordon Mackay, um cirurgião escocês de joelho.

"É multifatorial, mas há muitas coisas que contribuem para os fatores de risco", diz ele, citando a necessidade de treinar em superfícies adequadas, assim como de contar com chuteiras projetadas especificamente para mulheres.

Mackay calculou a incidência de rupturas do ligamento cruzado em jogadoras de futebol "quatro a seis vezes maior" do que em seus colegas do sexo masculino, apontando a forma pélvica como outro fator decisivo.

Alterações hormonais devido ao ciclo menstrual também têm sido frequentemente mencionadas como uma das causas.

Assim, a estratégia se baseia mais na prevenção. Um estudo recente realizado por pesquisadores na Inglaterra sugere que kits, bolas e chuteiras precisam ser projetados especificamente para mulheres para aumentar sua segurança.

A gigante de roupas esportivas Adidas, uma das principais fornecedoras de kits para seleções da Copa do Mundo, diz que leva o assunto "incrivelmente a sério".

A marca garante à AFP que seus produtos são feitos para mulheres, "desde a ideia até os testes".

- A dor de ficar de fora -

Esta Copa do Mundo Feminina será a primeira a contar com 32 seleções, prova do crescimento contínuo do futebol feminino nos últimos anos.

Para as próprias jogadoras, a dor física da lesão é somada à dor moral de não poder participar do evento.

"É difícil ver toda a empolgação em torno do torneio", admitiu Beckie à rádio canadense TSN 690.

"Estou muito entusiasmada com o torneio e com todas as jogadoras que têm esta plataforma como vitrine para mostrar o seu talento, mas ao mesmo tempo é difícil admitir que não estarei lá", conclui.

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