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Campeão juvenil do US Open em 2018, Thiago Seyboth Wild renasce em Roland Garros
Campeão juvenil do US Open em 2018, Thiago Seyboth Wild renasce em Roland Garros / foto: Anne-Christine POUJOULAT - AFP

Campeão juvenil do US Open em 2018, Thiago Seyboth Wild renasce em Roland Garros

Com um estilo que lembra o de Roger Federer e fã declarado de Rafael Nadal, o brasileiro Thiago Seyboth Wild é o tenista do momento em Roland Garros, depois de ter eliminado na primeira rodada o russo Daniil Medvedev, número 2 do mundo.

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Desde 2018, quando foi campeão do US Open na categoria juvenil, a vida de Thiago deu muitas voltas até sua vitória histórica em Paris.

Foram necessárias quatro horas e 15 minutos no mais alto nível na quadra Philippe Chatrier para que o brasileiro de 23 anos superasse Medvedev, 170 posições acima no ranking da ATP.

Foi a vitória em Roland Garros de um jogador com o ranking mais baixo (172) sobre um número 2 do mundo desde que o argentino Mario Zabaleta (213) derrotou o tcheco Petr Korda em 1998.

Desde a final daquele US Open em 2018, na qual derrotou o italiano Lorenzo Musetti (nº 18 da ATP), Thiago deu outro salto ao vencer no início de 2020 o ATP 250 de Santiago, batendo na decisão o norueguês Casper Ruud, atualmente número quatro do mundo e vice-campeão de Roland Garros no ano passado.

Depois, veio a estagnação. Foi um dos primeiros jogadores a testar positivo para covid-19 e a pandemia, que obrigou a paralisação do circuito, foi o primeiro freio em sua evolução.

Thiago voltou meses depois, mas mais "enferrujado", e não encontrou o caminho das vitórias.

Em 2021, foi acusado de agressão por uma ex-namorada, um caso que está na justiça e que o incomodou quando foi perguntado sobre na entrevista coletiva após a vitória sobre Medvedev.

"Não acho que seja um assunto para tratar aqui, nem acho que seja uma pergunta que deve ser feita a ninguém", disse o tenista.

O brasileiro estava sumido do radar. Em 2022, ocupava a 392ª posição no ranking da ATP.

- "Colhendo os frutos" -

Thiago, filho de Claudio Ricardo Wild, jogador de categoria Challenger, que o treinou quando criança, precisava recomeçar do zero.

Em novembro, virou pupilo do argentino Sebastián Gutiérrez e apostou tudo no saibro, superfície em que se criou.

"Ele começou a trabalhar, trabalhar e trabalhar... Os argentinos têm uma grande disciplina. Todo este rigor no Brasil, onde tem mil amigos, é mais difícil. Ele está trabalhando como um louco", disse ao jornal L'Équipe seu agente, o peruano Jorge Sakeld, que também foi empresário do ídolo brasileiro Gustavo Kuerten, tricampeão em Roland Garros (1997, 2000 y 2001).

Thiago chegou a Paris com 46 jogos disputados em 2023, todos no saibro, completando a temporada challenger sul-americana e conseguindo os títulos de Buenos Aires e Viña del Mar, além de ter sido finalista em Santiago.

"Ele tem uma cadência enorme, está muito mais focado. Suou a camisa e está colhendo os frutos", explicou Sakeld.

"Trabalhei muito duro, esse é o segredo. Não existe mágica, é o esforço", acrescentou Thiago depois da vitória histórica em Paris.

O próximo adversário do brasileiro em Roland Garros é o experiente argentino Guido Pella, que caiu para a 423ª do ranking da ATP depois de uma sequência de lesões.

Thiago também se inspira em Guga para chegar longe: "Aproveito sua energia para sonhar com coisas grandes".

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