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MPT investiga montadora chinesa de carros BYD por tráfico de pessoas
MPT investiga montadora chinesa de carros BYD por tráfico de pessoas / foto: Ina FASSBENDER - AFP/Arquivos

MPT investiga montadora chinesa de carros BYD por tráfico de pessoas

O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou, nesta sexta-feira (27), que está investigando a gigante chinesa de carros elétricos BYD e uma de suas subcontratadas por suposto tráfico internacional de pessoas envolvendo trabalhadores chineses que participavam da construção de uma fábrica em Camaçari, no estado da Bahia.

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Promotores federais avaliam possíveis crimes, depois de auditores identificarem "163 operários em condições análogas à escravidão" no local.

Os trabalhadores, contratados pela subcontratada da BYD, Jinjiang Open Engineering, foram considerados "vítimas de tráfico internacional para trabalho análogo à escravidão", segundo o comunicado.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, confirmou que Pequim "tomou nota das informações relevantes [...] e está verificando a situação".

Ning acrescentou que a China "dá grande importância à proteção dos direitos legítimos e interesses dos trabalhadores, e sempre exigiu que as empresas chinesas operem de acordo com a lei e as regulamentações".

Vários ministérios brasileiros interrogaram na quinta-feira a BYD e a Jinjiang sobre o caso. "As empresas se comprometeram a colaborar na proteção dos trabalhadores resgatados", disseram.

As autoridades brasileiras indicaram na segunda-feira que foram identificadas violações trabalhistas na construção daquela que seria a maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, em Camaçari, a cerca de 50 km de Salvador.

As obras foram parcialmente suspensas pelo MPT da Bahia.

O MPT, junto com outros órgãos públicos, realizou desde novembro uma série de inspeções que permitiram identificar os 163 operários em condições análogas à escravidão.

A instituição informou em um comunicado que os trabalhadores dormiam em camas sem colchões, tinham apenas um banheiro para 31 pessoas, trabalhavam longas horas sob o sol e apresentavam "sinais visíveis de danos na pele". Os operários tinham seus passaportes confiscados e o empregador "retinha 60% do salário".

Após a divulgação das acusações, a filial brasileira da fabricante chinesa, BYD Auto do Brasil, anunciou a rescisão "com efeito imediato" do contrato com a Jinjiang e informou que enviou os 163 trabalhadores para hotéis.

A Jinjiang negou a existência de "condições análogas à escravidão" nas obras de construção e se manifestou contra as acusações.

"A inexplicável definição de 'escravizados' fez com que nosso pessoal se sentisse gravemente insultado", escreveu a empresa na rede social chinesa Weibo.

Um representante da Jinjiang disse à AFP nesta sexta-feira que a empresa realizará uma coletiva de imprensa no Brasil.

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