Trudeau se reúne com Trump na Flórida em meio a ameaças tarifárias
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou, neste sábado (30), que teve uma "conversa excelente" com Donald Trump na propriedade do presidente eleito na Flórida, no momento em que os países vizinhos aos Estados Unidos buscam mitigar o impacto das ameaças tarifárias do magnata republicano.
"Foi uma conversa excelente", afirmou Trudeau aos jornalistas na manhã deste sábado, enquanto deixava um hotel em West Palm Beach para retornar ao Canadá.
Trudeau é o mais recente convidado de alto nível do presidente eleito, que já começou a ofuscar os últimos meses do governo de Joe Biden.
A reunião, que não havia sido anunciada, incluiu um jantar na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, pouco depois dos recentes anúncios do republicano, que prometeu estabelecer novas tarifas sobre as importações canadenses, bem como as do México, seu outro parceiro comercial no acordo T-MEC, e da China.
Uma foto divulgada pelo senador republicano David McCormick mostrava Trump e Trudeau juntos à mesa, cercados por uma dúzia de convidados, incluindo Howard Lutnick, o indicado pelo novo mandatário para secretário de Comércio dos Estados Unidos, e Mike Waltz, sua escolha para Conselheiro de Segurança Nacional.
Trump causou pânico na segunda-feira ao anunciar que estabeleceria tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá, e de 10% em produtos da China.
Ele acusou estes países de não fazerem o suficiente para impedir a "invasão" de drogas nos Estados Unidos, "particularmente o fentanil", bem como de migrantes sem documentos.
Biden alertou no mesmo dia que o anúncio do republicano poderia "arruinar" as relações de Washington com Ottawa e Cidade do México.
"É contraproducente", disse o presidente em fim de mandato.
Para o Canadá, as novas tarifas representam um alto risco. Mais de 75% das exportações do Canadá, cerca de US$ 423 bilhões (R$ 2,6 trilhões na cotação atual), foram para os Estados Unidos no ano passado, e cerca de dois milhões de empregos canadenses dependem do comércio com o país vizinho.
Uma fonte do governo canadense disse à AFP que Ottawa está considerando possíveis tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos, caso as decisões de Trump sejam impostas a partir de 20 de janeiro, quando ele assume o cargo.
"Quando Donald Trump faz declarações como essa, planeja levá-las adiante", afirmou Trudeau.
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