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Havana volta a ter luz, mas várias províncias cubanas seguem no escuro
Havana volta a ter luz, mas várias províncias cubanas seguem no escuro / foto: YAMIL LAGE - AFP

Havana volta a ter luz, mas várias províncias cubanas seguem no escuro

Quase 90% dos moradores de Havana voltaram a ter energia elétrica nesta segunda-feira (21), embora a maioria da população no resto de Cuba ainda esteja sem luz, no quarto dia de um apagão nacional.

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O restabelecimento quase total da eletricidade na capital, com dois milhões de habitantes, foi anunciado pela empresa de energia de Havana, enquanto a tempestade tropical Oscar atravessava a parte leste do país, deixando casas destruídas, segundo o último relatório.

"De acordo com a Empresa Elétrica de Havana, 769.810 clientes, de 301 circuitos, têm serviço elétrico em Havana, representando 89,3% do total", disse o portal de notícias estatal Cubadebate, citando a companhia.

Grande parte dos habitantes nas províncias continuava sem luz, informaram as autoridades.

Em Havana, os vizinhos mostraram alívio: "Claro que estou feliz, preciso que haja energia, que tudo se restabeleça, porque tenho uma mãe idosa de 85 anos e um filho autista", disse à AFP Olga Gómez, uma dona de casa de 59 anos que vive na parte antiga da cidade.

"Estamos tendo muito trabalho sem luz com os alimentos, com tudo", acrescentou.

Cuba, declarada pelo governo em "emergência energética", sofreu na última sexta-feira o desligamento total do seu sistema elétrico, após o colapso da central termelétrica Antonio Guiteras, a mais importante do país.

As autoridades se mantiveram cautelosas durante grande parte da tarde, à espera de que essa central voltasse a se conectar ao sistema nacional.

"Depois das três da tarde, haverá uma grande incorporação porque Guiteras vai se conectar, e faremos isso devagar, para não adicionar muita carga de maneira violenta", antecipou à televisão estatal Vicente de la O Levy, ministro de Minas e Energia.

O dirigente havia prometido no domingo que restabeleceria o serviço na noite desta segunda-feira para a grande maioria da população da ilha.

O presidente Miguel Díaz-Canel reconheceu que a situação do sistema elétrico continua "complexa". O apagão provocou panelaços e protestos em alguns bairros da capital no fim de semana.

- Tempestade Oscar no leste -

Aqueles que tentarem "causar perturbações da ordem pública" e que participarem em atos de vandalismo "serão processados conforme o rigor contemplado pelas leis revolucionárias", disse o presidente, vestido com um uniforme militar verde, durante uma reunião do Conselho de Defesa Nacional, transmitida pela televisão estatal.

Em pleno apagão, Cuba também sofreu no domingo com chegada do furacão Oscar à costa leste da ilha. O fenômeno atingiu o território como categoria um, mas foi rebaixado para tempestade tropical algumas horas depois.

Na tarde desta segunda-feira, permanecia sobre a parte oriental da ilha, causando ainda fortes chuvas.

"As maiores afetações estão na província de Guantánamo (leste), principalmente em Baracoa, Imías e Maisí, com grandes inundações", informou a presidência de Cuba em sua conta na rede soxial X.

Oscar provocou a perda total ou parcial de moradias em Baracoa, onde os ventos fortes levaram telhados e muros das casas, além de derrubarem postes e árvores, segundo informou a televisão oficial, sem mostrar imagens.

Em quatro províncias do leste do país, que tem 10 milhões de habitantes, as autoridades anunciaram medidas de proteção da população, incluindo evacuações em zonas de risco de inundações.

- Sem água nem gás -

Houve protestos pelo apagão em alguns bairros da capital, onde muitos também ficaram sem água ou gás em consequência do corte de energia.

Dezenas de pessoas, incluindo mulheres com crianças nos braços, saíram no escuro com panelas para se manifestarem no populoso bairro de Santos Suárez. "Acendam a luz", gritavam.

Durante a noite, foi possível observar uma forte presença policial nas ruas da capital, enquanto muitas pessoas reclamavam do corte no serviço de dados em seus celulares.

Na ilha, a eletricidade é gerada através de oito centrais termelétricas desgastadas e dependentes de combustível, que em alguns casos avariaram ou estão em manutenção, além de várias centrais flutuantes - que o governo aluga a empresas turcas - e grupos geradores.

Com escassez de alimentos, medicamentos, inflação disparada e apagões crônicos que limitam o desenvolvimento de atividades produtivas, Cuba enfrenta sua pior crise econômica em três décadas.

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