Ucrânia bombardeia terminal petrolífero na Crimeia; míssil russo atinge navio em Odessa
O Exército ucraniano afirmou, nesta segunda-feira (7), que bombardeou "o maior" terminal petrolífero da Crimeia, península ucraniana anexada por Moscou em 2014, e um míssil russo atingiu um navio civil no porto de Odessa, deixando um morto, segundo Kiev.
Kiev enfrenta há um ano dificuldades no front leste, onde as forças russas avançam em direção a Pokrovsk, uma cidade-chave para a logística das Forças Armadas ucranianas.
As tropas de Moscou continuam ganhando terreno na Ucrânia quase que diariamente, diante de ucranianos piores armados e em menor número.
"Graças à ação decidida das unidades do grupo Centro, a localidade de Grodivka foi libertada", reivindicou nesta segunda-feira o Ministério da Defesa russo.
Esta localidade fica cerca de dez quilômetros a leste de Pokrovsk, um importante “hub” que conecta vários redutos ucranianos no Donbass, região eminentemente industrial no leste do país.
O exército ucraniano afirmou, nesta segunda, ter bombardeado o terminal petrolífero de Feodossia, no leste da Crimeia, "o maior" da península anexada, que abastece sobretudo o exército russo, segundo Kiev.
As autoridades russas reportaram um incêndio de grandes proporções no terminal, sem mencionar o ataque ucraniano, e assegurando que não houve vítimas. Em vídeos publicados online, veem-se pelo menos duas colunas de fumaça escuras saindo do local.
À noite, a Rússia atingiu o porto de Odessa, no sul da Ucrânia, e alcançou um navio civil com bandeira de Palau, arquipélago do oceano Pacífico, segundo o governador regional, Oleg Kiper.
Segundo informou pelo Telegram, um ucraniano de 60 anos, funcionário de uma sociedade privada de manutenção, morreu. Outros cinco cidadãos estrangeiros ficaram feridos.
- Bombardeio e incêndio -
O porto de Odessa, um dos principais pontos de saída dos cereais ucranianos, foi alvo várias vezes do exército russo.
A Ucrânia, por sua vez, intensificou neste ano seus ataques contra o território russo, dirigidos a instalações energéticas que, em sua opinião, alimentam o aparato militar russo, assim como a localidades fronteiriças.
A Rússia lançou a ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro de 2022 e atualmente ocupa cerca de 20% do país vizinho.
"As forças de defesa realizaram nesta noite um ataque bem-sucedido contra um terminal petrolífero marítimo do inimigo", desencadeando um incêndio, afirmou o Estado-Maior do Exército ucraniano nas redes sociais.
O ataque contra o terminal, "o maior da Crimeia em termos de volume de produtos petrolíferos processados", foi realizado com "mísseis", precisou o exército.
As autoridades russas de ocupação indicaram que "uma parte" da cidade ficou sem eletricidade e que a circulação dos trens suburbanos foi suspensa.
Alguns especialistas ucranianos apontam que a Rússia pode intensificar seus bombardeios contra as infraestruturas civis, principalmente energéticas, nas próximas semanas, tendo em vista o inverno no hemisfério norte e as eleições presidenciais americanas em novembro.
- Ciberataque -
Por outro lado, à noite, dois irmãos morreram na região fronteiriça de Sumy, no nordeste da Ucrânia, e uma mulher de 61 anos perdeu a vida em outro ataque em Kherson, no sul do país, anunciaram as autoridades ucranianas.
O dirigente do município de Kherson afirmou que outro bombardeio, realizado mais tarde, deixou cerca de 20 feridos.
Em Sloviansk, no leste, um bombardeio russo matou uma pessoa e feriu outras sete, segundo as autoridades.
O Exército russo também lançou na madrugada de segunda-feira um novo ataque contra Kiev, a capital da Ucrânia, com drones explosivos e dois mísseis balísticos, indicaram as autoridades municipais.
Os projéteis foram derrubados pela defesa aérea, sem deixar vítimas, asseguraram as autoridades.
Além disso, um terceiro míssil atingiu uma área "próxima" à base aérea de Starokostiantiniv, na região de Khmelnitski, no oeste.
Esta base está situada a algumas centenas de quilômetros da linha de frente e costuma ser alvo de ataques russos.
Em outro front, o da guerra digital, o grupo russo VGTRK, responsável pela transmissão das cadeias de televisão públicas da Rússia e dos acontecimentos do Kremlin, afirmou ter sido alvo de um ciberataque "sem precedentes", reivindicado por Kiev.
Segundo o VGTRK, o ataque cibernético teve resultados limitados. "Tudo funciona normalmente, não há nenhuma ameaça significativa", assegurou o grupo.
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