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Hezbollah anuncia que continuará o combate em apoio a Gaza após explosões de 'pagers'
Hezbollah anuncia que continuará o combate em apoio a Gaza após explosões de 'pagers' / foto: - - AFP

Hezbollah anuncia que continuará o combate em apoio a Gaza após explosões de 'pagers'

O movimento islamista libanês Hezbollah prometeu nesta quarta-feira (18) seguir com o combate em apoio a Gaza, depois que as explosões de centenas de 'pagers' de seus integrantes - ações que o grupo atribui a Israel - mataram 12 pessoas e deixaram quase 2.800 feridos.

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"A resistência islâmica no Líbano continuará, como em todos os dias anteriores, as operações para apoiar Gaza, seu povo e sua resistência, e para defender o Líbano, seu povo e sua soberania", afirmou o grupo, aliado do movimento palestino Hamas.

No comunicado, o movimento pró-Irã também promete um "acerto de contas severo" contra Israel pelo "massacre" de terça-feira.

A explosão simultânea em todo Líbano dos dispositivos utilizados pelo Hezbollah provocou 12 mortes e deixou quase 2.800 feridos, incluindo centenas de membros do movimento islamista pró-Irã, segundo um balanço atualizado divulgado pelo ministro libanês da Saúde, Firass Abiad.

Quase 300 feridos estão em condição "crítica". Duas crianças estão entre os mortos, segundo o ministro.

Muitas vítimas sofreram ferimentos no rosto, nas mãos ou no estômago. Alguns feridos no Vale do Bekaa, leste do Líbano, foram levados para a vizinha Síria e outros serão transportados para o Irã, segundo o ministro.

Israel não fez comentários sobre as explosões, que aconteceram poucas horas depois do anúncio do governo sobre a inclusão da fronteira com o Líbano entre os objetivos da guerra, que estava concentrada nos combates contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que não ficou ferido, fará um discurso na quinta-feira sobre os "últimos acontecimentos".

- Blinken no Egito -

Os 'pagers' são pequenos aparelhos de mensagens e localização que não precisam de chip ou conexão com a internet.

O jornal americano The New York Times informou que os dispositivos que explodiram eram procedentes de Taiwan e foram carregados com explosivos antes de chegarem ao Líbano,

Porém, a empresa taiwanesa Gold Apollo, apontada pelo jornal como fabricante, afirmou que os aparelhos foram produzidos por sua parceira húngara BAC.

"Segundo um acordo de cooperação, autorizamos a BAC a utilizar a nossa marca para a venda de produtos em determinadas regiões, mas o design e fabricação dos produtos são responsabilidade exclusiva da BAC", afirmou a empresa taiwanesa.

O governo do Irã acusou Israel de cometer um "ato terrorista", que chamou de "massacre".

O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, "não teve envolvimento, nem estava a par deste incidente", segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, uma afirmação que foi reiterada pelo chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Em um momento de tensão, Blinken desembarcou nesta quarta-feira no Egito para falar sobre uma eventual trégua em Gaza, embora fontes próximas não acreditem em grandes progressos durante a viagem.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, que recebeu Blinken, prometeu intensificar "os esforços conjuntos" com os Estados Unidos e o Catar a favor de uma trégua entre Israel e o Hamas. O secretário de Estado afirmou que este cenário é a melhor forma de garantir a estabilidade regional.

- Caos nos hospitais -

Uma fonte próxima ao movimento pró-Irã disse à AFP que os aparelhos que explodiram correspondem a um carregamento de quase mil 'pagers' "importados recentemente pelo Hezbollah", aparentemente "pirateados na origem".

"A julgar pelas imagens de vídeo (...) um pequeno explosivo do tipo plástico certamente estava escondido ao lado da bateria, que foi acionado de maneira remota por meio de uma mensagem enviada", escreveu na rede X Charles Lister, especialista do 'Middle East Institute', que acredita que a inteligência israelense "se infiltrou na cadeia de abastecimento" dos aparelhos.

Hussein, dono de uma loja em Tiro, sul do Líbano, afirmou que estava sentado em seu estabelecimento quando ouviu uma explosão.

"Um homem caiu no chão e começou a gritar. Mais de 10 pessoas caíram e ninguém sabia o que estava acontecendo".

Ao chegar ao hospital, ele disse que observou cenas "indescritíveis". "Uma pessoa perdeu a mão, outra estava com o rosto coberto de sangue (...) havia sangue por todos os lados".

Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada em 7 de outubro de 2023 por uma incursão mortal de comandos do Hamas no sul de Israel, a fronteira com o Líbano tornou-se palco de confrontos de artilharia quase diários entre o Exército israelense e o Hezbollah, que forçaram o deslocamento de dezenas de milhares de civis dos dois países.

Israel anunciou a decisão de estender os objetivos de guerra à fronteira com o Líbano para permitir o retorno das pessoas deslocadas.

No ataque de 7 de outubro, os comandos islamistas mataram 1.205 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses.

Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 continuam em cativeiro no território palestino, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelense.

Os bombardeios e operações israelenses destruíram grande parte da Faixa de Gaza, causando a morte de pelo menos 41.272 palestinos, majoritariamente mulheres, adolescentes e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

Quatro soldados israelenses morreram e seis ficaram feridos na terça-feira em combates no sul de Gaza, anunciou o Exército nesta quarta-feira.

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