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Ex-secretário do Tesouro dos EUA diz querer comprar TikTok, em meio a disputa com China
Ex-secretário do Tesouro dos EUA diz querer comprar TikTok, em meio a disputa com China / foto: Michael M. Santiago - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/Arquivos

Ex-secretário do Tesouro dos EUA diz querer comprar TikTok, em meio a disputa com China

O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, disse nesta quinta-feira (14) que pretende reunir um grupo de investidores para comprar a rede social TikTok, em plena disputa com a China após a aprovação no Congresso americano de um projeto de lei que pode proibi-la no país.

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O aplicativo de compartilhamento de vídeos curtos tem enorme popularidade no mundo, mas o fato de pertencer ao gigante tecnológico chinês ByteDance e sua suposta subordinação ao Partido Comunista da China geram preocupação nos países ocidentais.

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira por ampla maioria um projeto de lei que obriga o Tiktok a desvincular-se da ByteDance. Caso não siga a determinação, o aplicativo pode ser proibido no país.

Mnuchin, que foi secretário do Tesouro no governo do republicano Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira que prepara um plano de compra.

"Acho que a legislação deve ser aprovada e deve ser vendida", afirmou Mnuchin à CNBC, garantindo que o Tiktok é "um grande negócio e (…) deveria ser propriedade de empresas americanas".

A iniciativa ainda precisa passar pelo Senado, onde deve enfrentar mais resistência.

"Os Estados Unidos deveriam respeitar os princípios da economia de mercado e concorrência justa, (e) parar de reprimir injustamente as empresas estrangeiras", declarou He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China.

Washington também deveria "proporcionar um ambiente aberto, equitativo, justo e não discriminatório para que as empresas estrangeiras invistam e atuem nos Estados Unidos", completou He.

"A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar de forma efetiva seus legítimos direitos e interesses", afirmou o porta-voz.

Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou que "o projeto de lei aprovado coloca os Estados Unidos no lado oposto dos princípios da livre concorrência e das regras internacionais de economia e comércio".

"Se as chamadas razões de segurança nacional podem ser usadas para suprimir arbitrariamente empresas excelentes de outros países, então não há equidade e justiça", disse Wang.

"Quando alguém vê algo de bom que outra pessoa tem e tenta tomar para si, isso é uma lógica de um criminoso", acrescentou.

Antes da votação, a China alertou que a proibição da rede social nos Estados Unidos seria "um tiro no pé".

Há anos a China bloqueia redes sociais ocidentais como o Facebook e o X, e mantém forte censura na internet.

- Incógnita sobre voto do Senado -

Os deputados aprovaram o projeto por 352 votos a favor e 65 contra, uma rara demonstração de unidade em uma câmara muito dividida.

A Casa Branca antecipou que o presidente Joe Biden promulgará a lei, conhecida oficialmente como 'Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros', se ela for aprovada nas duas câmaras do Congresso.

Não está claro, porém, como será a votação no Senado, onde alguns parlamentares estão cautelosos com a tomada de medidas drásticas contra um aplicativo que tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.

O TikTok sempre negou estar sob o controle do Partido Comunista. Seu CEO, Shou Zi Chew, até pediu aos usuários que se manifestassem contra a votação e vários desenvolvedores do TikTok consultados pela AFP declararam sua oposição à lei.

Os reguladores europeus também estão preocupados e a Comissão Europeia questionou o TikTok e outras plataformas como Facebook, Google e X sobre sua gestão dos riscos relacionados à utilização de inteligência artificial e a divulgação de informações falsas, fator que é especialmente preocupante face aos processos eleitorais.

Também nesta quinta-feira, o regulador de concorrência da Itália multou o TikTok em 10 milhões de euros (54 milhões de reais) por não proteger suficientemente os menores.

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