Mulheres se sentem mais fortes para dizer 'não' depois do 'Me Too', estima Sigourney Weaver
A rebelião das mulheres no cinema contra as agressões sexuais que o movimento "Me Too" trouxe à tona fez com que agora se sentissem mais fortes para "dizer não", estimou nesta sexta-feira (9) na Espanha a atriz americana Sigourney Weaver.
"Acho que fez uma grande diferença na forma como nós, mulheres, nos sentimos e no poder que temos de dizer 'não', de dizer 'chega'", afirmou Weaver em Valladolid, onde receberá o prêmio Goya neste sábado (10).
Também ajudou a compreender que os abusos são "algo que se espera e que não devem confiar muito", acrescentou ela.
"Acho que fez uma grande diferença", afirmou Weaver.
A protagonista de "Alien", de 74 anos, respondeu assim à questão que domina os dias que antecedem a grande gala do cinema espanhol: a das denúncias de violência sexual contra dois diretores espanhóis, Carlos Vermut e Armando Ravelo.
"São as mulheres que denunciam esta situação e que denunciam os abusos que tornam mais seguro para todas as mulheres trabalhar neste negócio", disse ela.
O movimento "Me Too" ("eu também", em tradução livre) surgiu em 2017 como uma hashtag nas sociais para protestar contra as agressões sexuais após as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein, que acabaram por levá-lo à prisão por estupro.
Em relação ao prêmio Goya, a atriz três vezes indicada ao Oscar disse que se sentiu "muito honrada por ser homenageada pela comunidade cinematográfica espanhola".
As denúncias contra Vermut e Ravelo levaram o ministro da Cultura espanhol, Ernest Urtasun, a admitir nesta sexta-feira, à emissora La Sexta, que existe "um grave problema de agressões sexuais e de violência sexual também no mundo da cultura".
Por esta razão, seu ministério anunciou a criação de uma unidade de atendimento às vítimas desses crimes no mundo da cultura.
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