Morreu Norman Lear, pioneiro da comédia na TV americana
A família de Norman Lear, cujas comédias revolucionaram a TV americana nas décadas de 1970 e 1980, anunciou, nesta quarta-feira (6), a morte do roteirista, diretor e produtor, aos 101 anos.
Ao longo de sua carreira, o prolífico e comprometido Lear contou “a vida real dos americanos, e não um ideal de revista”, declarou a família.
Lear é o rei da chamada comédia de situação, com risadas gravadas, orçamento baixo e cenários fixos. "The Jeffersons" e "Tudo em Família" são algumas de suas obras mais conhecidas nos Estados Unidos.
Suas séries abordaram o racismo, a sexualidade, a desigualdade e as divisões políticas, oferecendo a milhões de lares americanos uma visão mais realista da vida.
"Inicialmente, sus ideias foram recebidas com portas fechadas e incompreensão. Mas ele se agarrou à convicção de que 'a insensatez da condição humana' servia para fazer uma ótima televisão, e, por fim, foi ouvido", diz o comunicado divulgado pela família.
Norman Lear foi também o primeiro produtor a apresentar regularmente na TV dos Estados Unidos uma família afro-americana, os "Evans", protagonistas da série "Good Times", exibida a partir de 1974 pela rede americana CBS.
Lear recebeu seis prêmios Emmy. “A televisão pode ser dividida em duas partes: antes e depois de Norman", diz o roteirista e produtor Phil Rosenthal em um documentário de 2016.
Norman Milton Lear nasceu em 27 de julho de 1922, em uma família judaica. Sua mãe emigrou da Rússia e seu pai era um vendedor que esteve na prisão e cujos preconceitos envergonhavam Lear, mas também serviram como inspiração.
Lear abandonou os estudos em Boston para se alistar no Exército durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1949, transferiu-se para Los Angeles, onde obteve sucesso escrevendo para programas de TV de variedades.
Lear também produziu filmes como "O Bem Amado", de 1963, estrelado por Frank Sinatra. Em 1967, recebeu uma indicação ao Oscar de melhor roteiro por "Divórcio à Americana".
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