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Picasso, Rothko, Monet e uma Ferrari, os leilões de outono em Nova York
Picasso, Rothko, Monet e uma Ferrari, os leilões de outono em Nova York / foto: Bryan R. Smith - AFP

Picasso, Rothko, Monet e uma Ferrari, os leilões de outono em Nova York

A obra "A Mulher com Relógio", de Pablo Picasso, é a estrela dos leilões de outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) que começam nesta terça-feira (7) em Nova York e que, ao lado de obras de Rothko e Monet, esperam ser beneficiados pelo om momento do mercado de arte.

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Analistas, no entanto, consideram pouco provável que as duas gigantes do mercado, Christie's e Sotheby's, igualem os resultados de 2022, ano que bateu todos os recordes, com vendas que ultrapassaram os US$ 16 bilhões (R$ 78 bilhões na cotação atual).

"Não é o momento mais elevado do mercado, mas continua muito forte", disse à AFP Emily Kaplan, uma das coordenadoras das vendas de outono de obras do século XX na Christie's, que entre 7 e 11 de novembro espera arrecadar entre US$ 723 milhões e US$ 1 bilhão (entre R$ 3,5 e 4,9 bilhões).

Muitas obras que serão leiloadas permaneceram nas mãos de grandes colecionadores que construíram seu acervo com primoroso cuidado e muitas vezes adquiriram as peças diretamente dos próprios artistas, dos quais se tornaram mecenas.

Este é o caso de Emily Fisher Landau, uma das maiores colecionadoras do mundo que faleceu em março, aos 102 anos. Landau possuía a obra "A Mulher com Relógio", pintada pelo artista espanhol Pablo Picasso em 1932, seu ano mais prolífico, e a peça agora chega ao mercado no leilão da Sotheby's, com o preço de US$ 120 milhões (cerca de R$ 588 milhões).

Fisher Landau comprou este retrato de Marie-Thérèse Walter, a "musa de ouro" de Picasso, em 1968 e ele foi "o pilar de sua coleção durante mais de cinco décadas", explica a Sotheby's, que espera arrecadar pelo menos US$ 400 milhões (quase R$ 2 bilhões) apenas com a venda de pinturas desta importante colecionadora.

Amiga e mecenas de artistas contemporâneos americanos, em 2010 ela doou mais de 400 obras ao Whitney Museum, em Nova York, e muitas outras compõem o Fisher Landau Center for Art, em Long Island, no estado de Nova York.

Entre os artistas de sua coleção estão obras de Ed Ruscha, Jasper Johns, Mark Rothko, Andy Warhol, Georgia O'Keeffe, Agnes Martin, Keith Haring, Robert Rauschenberg, Louise Nevelson, Cy Twombly, Glenn Ligon, Nan Goldin, Mark Tansey, Robert Mapplethorpe.

Outro destaque da oferta da concorrente Christie's é "Lagoa de Nenúfares" de Claude Monet, com preço inicial de US$ 65 milhões (R$ 318 milhões). "Uma obra com qualidade de museu em mãos privadas", destaca a especialista Imogen Kerr.

Também será leiloada a uma obra de Mark Rothko, pintada em 1955, um dos momentos mais importantes de uma das maiores figuras do expressionismo abstrato americano, avaliada em US$ 45 milhões (R$ 220 milhões).

Mas "o céu é o limite", afirma Kerr.

Outras peças de artistas renomados como Frida Kahlo, Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat, Magrit, entre outros, também serão leiloadas.

"É um momento incrível para os colecionadores", diz Kaplan, garantindo que "as obras da mais alta qualidade nunca perdem valor".

- Ferrari 250 GTO -

Mas uma das grandes atrações desta semana será, sem dúvidas, uma Ferrari 250 GTO 1962, avaliada em mais de US$ 60 milhões (quase R$ 294 milhões).

Propriedade de um colecionador americano há 40 anos, este exemplar da fabricante italiana está prestes a se tornar a Ferrari 250 GTO mais cara comercializada: em 2018 a Sotheby's vendeu um modelo semelhante por US$ 48 milhões (R$ 235 milhões).

O veículo também pode se tornar o segundo carro mais caro do mundo, atrás de um dos dois exemplares do Mercedes Coupé 300 SLR Uhlenhaut de 1955, vendido por 135 milhões de euros (R$ 710 milhões) pela RM Sotheby's e pela Mercedes-Benz durante um leilão privado no museu da montadora alemã em Stuttgart em 2022.

"Não importa o que aconteça nos mercados financeiros, um carro deste calibre é um item de colecionador, uma oportunidade única na vida para um colecionador", disse à AFP Michael Caimano, um dos diretores da Sotheby's, que não hesita em compará-lo a uma obra de arte que "pode ser tocada, sentida e ouvida".

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