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China prorroga acordo com o Vaticano para nomeação de bispos por quatro anos
China prorroga acordo com o Vaticano para nomeação de bispos por quatro anos / foto: Filippo Monteforte - AFP

China prorroga acordo com o Vaticano para nomeação de bispos por quatro anos

A China anunciou nesta terça-feira (22) que decidiu com o Vaticano a prorrogação por quatro anos do acordo histórico sobre a a nomeação dos bispos católicos no país.

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O Vaticano e Pequim, que não têm relações diplomáticas, alcançaram em 2018 um acordo secreto que permite às partes opinar sobre a delicada questão da nomeação de bispos no país asiático.

O acordo, renovado em 2020 e 2022, pretende aliviar a pressão sobre os católicos chineses, quase 12 milhões de pessoas, que estão no meio das tensões entre a Igreja Patriótica, apoiada pelo governo comunista, e as correntes clandestinas leais ao Vaticano.

Pequim confirmou que o acordo foi prorrogado e celebrou os avanços nas relações com o Vaticano.

"Durante consultas em bons termos, as duas partes decidiram prorrogar o acordo por mais quatro anos", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, em uma entrevista coletiva.

"China e Vaticano avaliaram de forma positiva os resultados da implementação do acordo", disse Lin.

"As partes prosseguirão em negociações com um espírito construtivo e continuarão estimulando a melhoria das relações entre China e Vaticano", acrescentou.

China e Vaticano não mantêm relações diplomáticas oficiais, pois o Vaticano está entre os poucos Estados que reconhecem Taiwan em detrimento de Pequim.

Desde o anúncio do pacto, o texto tem sido aplicado globalmente, mas algumas nomeações foram anunciadas sem a autorização do papa.

- Restrições à liberdade religiosa -

O acordo recebeu críticas dentro da Igreja, porque alguns consideram que representa o controle de Pequim sobre os católicos na China, em um contexto de restrições à liberdade religiosa.

No ano passado, o Vaticano informou que a China havia nomeado um novo bispo em Xangai, a maior diocese católica do país.

A Santa Sé afirmou em novembro de 2022 que lamentava a nomeação de um bispo para uma diocese chinesa que o Vaticano não reconhecia.

A Constituição chinesa reconhece a "liberdade de crenças religiosas", ou seja, acreditar em uma religião, mas não a "liberdade religiosa", de alcance mais amplo.

O Partido Comunista Chinês (PCC) desconfia de qualquer organização, em particular religiosa, que possa representar uma ameaça à sua autoridade na China e monitora de perto os locais de culto. Durante muito tempo, o regime teve receio de uma possível influência política do papa na estabilidade social do país.

Os fiéis afirmam que a repressão ao movimento católico clandestino continua intensa, apesar da aproximação entre China e Vaticano.

Em setembro, o papa Francisco elogiou "a capacidade de diálogo" da China, que chamou de um "grande país" com uma "cultura milenar" e de uma "promessa para a Igreja", em uma entrevista coletiva no avião que o transportava de volta a Roma após uma viagem de 12 dias pelo sudeste da Ásia e a Oceania.

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