Trump é alvo de 37 acusações no caso dos documentos secretos da Casa Branca
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é alvo de 37 acusações no caso dos documentos sigilosos levados da Casa Branca, segundo a ata de acusação, divulgada nesta sexta-feira (9).
Os promotores federais responsabilizam Trump por ter mantido ilegalmente sob sua posse arquivos sensíveis sobre os programas nucleares e de defesa dos Estados Unidos.
O Departamento de Justiça informou que, quando Trump deixou a Casa Branca, em janeiro de 2021, levou consigo arquivos sigilosos do Pentágono, da CIA, da Agência de Segurança Nacional (NSA) e outras organizações de inteligência.
O ex-presidente republicano manteve os arquivos sem segurança em sua residência, em Mar-a-Lago, na Flórida, onde organizava regularmente grandes eventos sociais com dezenas de milhares de convidados, segundo a ata de acusação, apresentada em um tribunal da Flórida.
Em ao menos duas ocasiões, Trump mostrou documentos secretos sobre operações e planos militares americanos a pessoas que não estavam autorizadas a vê-los em seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey.
Os documentos que Trump levou "incluíam informação sobre as capacidades de defesa e armas, tanto dos Estados Unidos quanto de outros países, os programas nucleares dos Estados Unidos, as possíveis vulnerabilidades dos Estados Unidos e seus aliados ante um ataque militar e os planos para possíveis represálias em resposta a um ataque estrangeiro", sustenta a acusação.
"A divulgação não autorizada destes documentos sigilosos poderia pôr em risco a segurança nacional dos Estados Unidos", acrescenta.
Trump foi indiciado por 37 acusações, que incluem retenção deliberada de informação de defesa nacional, conspiração para obstruir a justiça, ocultamento corrupto de documentos e declarações falsas.
As acusações, apresentadas pelo promotor especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, podem levar a até 20 anos de prisão cada uma.
Um assistente de Trump, Walt Nauta, é alvo de seis acusações por ter ajudado Trump a ocultar os documentos.
- Testemunha-chave -
Nauta, oficial militar que trabalhava na Presidência durante o mandato de Trump, deixou a administração após a derrota do chefe nas eleições de 2020 e continuou trabalhando com ele.
"Acabo de saber que os 'capangas' do Departamento de Justiça vão acusar Walt Nauta, um homem maravilhoso", escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social.
"Estão tentando destruir sua vida, como a vida de tantos outros, com a esperança de que diga coisas ruins sobre 'Trump'", acrescentou.
Segundo a ABC News, Nauta foi acusado pelo mesmo grande júri, um painel de cidadãos com amplos poderes de investigação que trabalha com a Promotoria, que acusou Donald Trump.
O republicano, que pretende voltar à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024, é acusado por ter se apropriado de arquivos presidenciais, violando as leis americanas.
Segundo o Washington Post, Nauta é uma "testemunha-chave" na investigação federal, conduzida pelo promotor especial Jack Smith, que dirigiu a acusação ao ex-presidente.
De acordo com o jornal, Nauta era o encarregado, na residência de Mar-a-Lago, na Flórida, onde Trump mora desde que deixou a Casa Branca, de "mover" as caixas de documentos que contêm as anotações do presidente.
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