EUA oferece recompensa milionária por homem que vendeu telefones criptografados a traficantes
Os Estados Unidos ofereceram, nesta quarta-feira (7), recompensa de U$$ 5 milhões (R$ 24,5 milhões) por um sueco que comercializou uma rede de comunicações criptografadas para traficantes de drogas, sem saber que a tecnologia foi desenvolvida pelo FBI, a agência policial federal americana.
O Departamento de Estado anunciou a recompensa por Maximilian Rivkin, que está foragido desde o desmantelamento da rede ANOM em 2021, uma operação que resultou na prisão de 800 pessoas em três continentes, bem como na apreensão de 38 toneladas de drogas e US$ 48 milhões (R$ 235,7 milhões) em várias moedas.
Rivkin foi nomeado em uma acusação dos Estados Unidos na época por tráfico, lavagem de dinheiro e crime organizado, no âmbito da Operação Trojan Shield, e tem sido descrito como um "criminoso transnacional".
"Rivkin foi administrador e influenciador de um serviço de comunicação criptografada usado por criminosos em todo o mundo", detalhou o Departamento de Estado ao anunciar a recompensa.
"Suas comunicações na plataforma o envolveram em várias atividades nefastas, incluindo seu suposto envolvimento em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, conspiração para assassinato e outros atos violentos", acrescentou.
O Departamento considera que o sueco, sem seu conhecimento, foi uma peça central na operação desenvolvida pelo FBI.
Em 2018, a agência policial obrigou um homem que havia construído telefones criptografados para criminosos a desenvolver uma versão atualizada na qual o FBI teria a única chave mestra digital, permitindo-lhes coletar e ler todas as comunicações por meio do sistema.
Com a ajuda desse homem, o sistema foi comercializado como ANOM e foi promovido por "influenciadores" criminais pegos desprevenidos como Rivkin, que assumiu um papel principal em convencer outros a usá-lo.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, mais de 12.000 telefones ANOM foram vendidos por US$ 2.000 (R$ 9.822) cada para grupos criminosos que operam em mais de 100 países, incluindo o crime organizado italiano, gangues de motoqueiros criminosos e cartéis internacionais de drogas.
Dentre esses, o FBI coletou 27 milhões de mensagens relacionadas a operações grandes e pequenas.
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