AFP homenageia seu jornalista Arman Soldin, morto na Ucrânia
A Agence France-Presse (AFP) recordou, nesta quinta-feira (1º), o jornalista Arman Soldin, falecido no início de maio na Ucrânia, aos 32 anos, em uma homenagem na qual seus colegas recapitularam as circunstâncias de sua morte e elogiaram o seu trabalho e a sua personalidade luminosa.
"No terreno, Arman estava sempre sério, concentrado e consciente dos riscos, como todos nós. Sim, Arman filmava muito de perto. Porque você não filma a guerra à distância", disse seu colega da AFP Emmanuel Peuchot, que estava a poucos metros dele quando morreu, relatando em detalhes seus últimos momentos.
Desde o anúncio de sua morte, em 9 de maio, "a emoção não diminuiu. Tenho inclusive a impressão de que fica mais forte com o tempo, à medida que todos absorvemos mais da personalidade extremamente cativante de Arman", declarou o presidente da AFP, Fabrice Fries.
Entre as personalidades presentes na homenagem, estavam a ministra da Cultura da França, Rima Abdul Malak; o embaixador da Ucrânia; executivos de veículos de comunicação; e familiares de Frédéric Leclerc-Imhoff, jornalista do canal francês BFMTV, também falecido há um ano na Ucrânia, aos 32 anos.
Arman Soldin, então coordenador de vídeo da AFP na Ucrânia, morreu em um ataque russo com foguetes no leste do país, perto da cidade sitiada de Bakhmut, há meses epicentro dos combates.
Ele foi o 11º repórter, "fixer" (guia que facilita o acesso a zonas de guerra), ou motorista de jornalistas morto na Ucrânia desde o início da invasão russa.
Antes da cerimônia, o diretor de Informação da AFP, Phil Chetwynd, deu detalhes sobre as circunstâncias de sua morte em um e-mail enviado aos funcionários da agência.
"Arman morreu por disparos de foguetes Grad perto do povoado de Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, enquanto nossa equipe de quatro jornalistas se afastava das linhas de frente, escoltada por dois soldados ucranianos", diz a mensagem.
"Seus colegas no terreno acreditam que ele pode ter tentado alcançar a trincheira alguns metros à frente, em vez de se lançar no chão", acrescentou Chetwynd, observando que "o foguete caiu muito perto de Arman e ele morreu quase instantaneamente".
A AFP planeja "retomar, progressivamente, nos próximos dias, a cobertura de notícias da linha de frente" na Ucrânia, completou o diretor de Informação.
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