FBI ainda espiona rotineiramente comunicação de americanos, aponta tribunal
Um programa de vigilância para lutar contra ameaças estrangeiras foi usado extensivamente contra cidadãos americanos nos últimos anos pela polícia federal do país (FBI), segundo documentos judiciais divulgados nesta sexta-feira.
O FBI acessou 278.000 vezes - muitas delas sem justificativa - uma base de dados restrita, segundo documentos desclassificados do Tribunal de Inteligência de Vigilância Estrangeira, corte responsável por supervisionar atividades de espionagem.
As consultas feitas de forma imprópria pelo FBI referem-se, principalmente, a pessoas detidas paralelamente a grandes manifestações contra o racismo em 2020, vítimas de crimes e pessoas que participaram da invasão ao Capitólio em 2021, segundo os aquivos judiciais.
Os agentes do FBI tiveram acesso a uma base de dados criada para colher informações sobre a comunicação de cidadãos estrangeiros - que não se beneficiam das mesmas proteções jurídicas que os americanos - no âmbito da luta contra o terrorismo ou qualquer ameaça estrangeira.
Os pedidos foram feitos à Agência de Segurança Nacional (NSA), a cargo de compilar e-mails, mensagens de texto, fotos, vídeos e outros documentos. A agência reconheceu, no passado, que dados sobre americanos também foram colhidos indiretamente ou inadvertidamente.
Autoridades têm o direito de usar estas informações para reunir dados sobre ameaças estrangeiras ou provas criminais, mas, segundo o tribunal, excederam esta função. Em um dos casos, um agente solicitou informações sobre 19.000 doadores que contribuíram com a campanha de um candidato ao Congresso.
As revelações são feitas no momento em que o Congresso debate a renovação da Seção 702, lei que permite que a NSA acesse contas de internet hospedadas nos Estados Unidos para vigiar alvos da inteligência estrangeiros. Congressistas alegam que a mesma precisa de uma revisão, para aumentar a proteção das informações pessoais dos americanos.
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