Salman Rushdie reaparece em público em Nova York nove meses após ataque
O escritor britânico Salman Rushdie reapareceu em público pela primeira vez desde que sofreu um ataque a facadas que quase provocou sua morte em agosto do ano passado: o autor compareceu na quinta-feira (18) à noite a um evento em Nova York de uma organização de defesa da liberdade de expressão.
O famoso romancista nascido na Índia, naturalizado americano e que mora em Nova York, recebeu um prêmio honorário da organização PEN America, da qual já foi presidente.
O intelectual de 75 anos, com óculos de lente preta sobre o olho direito, foi fotografado no tapete vermelho do evento no Museu de História Natural de Manhattan.
A presença do escritor não havia sido anunciada e ele discursou para os 700 convidados.
A PEN America nunca foi tão importante como atualmente, declarou Rushdie, citado em um comunicado da organização.
"O terrorismo não deve nos aterrorizar. A violência não deve nos deter. A luta continua", proclamou Rushdie em francês, espanhol e inglês.
Rushdie viveu escondido por muitos anos depois que o primeiro líder supremo do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, ordenou sua morte pelo livro "Os Versos Satânicos", publicado em 1988, que o regime de Teerã considerou blasfemo.
Desde então, o escritor se tornou um ícone da liberdade de expressão.
Em 12 de agosto do ano passado, Rushdie participava em uma conferência literária em Chautauqua, uma pequena cidade do noroeste do estado de Nova York, quando um jovem americano de origem libanesa avançou com uma faca em sua direção e esfaqueou o autor 10 vezes.
O agente literário de Rushdie, Andrew Wylie, revelou em outubro que o escritor perdeu a visão de um olho e o uso de uma das mãos.
Espectadores e guardas controlaram o agressor, que foi detido, acusado e aguarda julgamento em uma prisão.
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