UE aprova aquisição de Activision Blizzard pela Microsoft
A Comissão Europeia aprovou, nesta segunda-feira (15), a aquisição da gigante americana de videogames Activision Blizzard pela Microsoft, pelo valor de 69 bilhões de dólares (339,6 bilhões de reais na cotação atual), três semanas depois que um veto britânico suscitou incertezas sobre a compra.
O órgão executivo da UE colocou como condição que a Microsoft respeite medidas para garantir a concorrência no mercado de jogos online, segundo um comunicado.
Estes compromissos "solucionam plenamente os problemas de concorrência detectados pela Comissão", acrescentou a nota.
A Comissão Europeia, que zela pela aplicação da regulamentação sobre concorrência em todo o bloco, iniciou em novembro uma análise sobre esta aquisição.
A Microsoft, proprietária do Xbox, iniciou há mais de um ano a operação de aquisição da Activision Blizzard, fabricante de jogos icônicos como "Call of Duty", "World of Warcraft" e "Candy Crush".
Se a operação se concretizar, a Microsoft se tornará a terceira maior empresa de videogames em faturamento, atrás da chinesa Tencent e da japonesa Sony, fabricante do PlayStation.
Apesar da luz verde da autoridade antimonopólio da UE, o futuro da aquisição é incerto.
A Autoridade Britânica da Concorrência e Mercados (CMA) bloqueou a aquisição no mês passado, com o argumento de que afetaria a concorrência no setor.
No entanto, a Microsoft recorreu da decisão britânica. "Esta decisão reflete uma incompreensão deste mercado e de como funciona a tecnologia na nuvem", declarou o grupo.
A aprovação de Bruxelas deveria lhe dar argumentos de peso para impugnar a decisão da CMA ante o Tribunal de Apelação de Concorrência (CAT) no Reino Unido.
"Se a Microsoft não ganhar o recurso no CAT, não poderá seguir adiante com a compra, ainda que a Comissão Europeia a aprove", explicou Anne Witt, especialista em direito antimonopólio da escola de negócios EDHEC (França).
"A menos, é claro, que a Microsoft decida abandonar o mercado britânico, mas isso parece pouco provável", acrescentou.
Ao veto da CMA se soma uma ação judicial apresentada em dezembro pela Comissão Federal do Comércio (FTC) dos Estados Unidos para bloquear o acordo.
O regulador europeu descartou qualquer risco para a concorrência no mercado de consoles de games, apesar das preocupações da Sony em não ter acesso aos bem-sucedidos jogos de Activision Blizzard.
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